A primeira lembrança que tenho de um show do Ratos foi de um festival de skate e rock que rolou no centro de convenções em 19XX. Me lembro de alguns flashes, eu com uma jaqueta do exército que era de Allan e a gente fumando maconha, essa também é minha primeira lembrança datada de desde quando fumo marijuana. Ratos de Porão e Cambio Negro HC, junto com Roberto Mya, Pacote e Allan, tavez tivesse mais gente, mas não lembro.
De volta ao presente, exatamente de volta ao dia 2 de fevereiro de 2018, show do Ratos no Cais Estelita, lugar pequeno, 300... sei lá quantas pessoas, palco baixo, thrash e hardcore nas atrações. Nesse mesmo dia rolaram dois shows porque os ingressos foram esgotados para o show das 22h, logo abriram mais um horário, as 17h, para todos poderem aproveitar. O público da banda aqui é consideravel, logo 300 ingressos voaram rápido. As outras bandas eram: Ruina, Rabujos e Decomposed God.
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Show com ingressos esgotados. |
Já tinha marcado com Honório pra ir ao show e comprei antecipadamente o meu ingresso e o dele, outro amigo nosso, Netinho, também pretendia ir, mas moscou na hora de comprar o ingresso e perdeu. Marquei com Honório as 21h30 e depois remarcamos para 22h. Honório, agora habilitado, seria o motorista da vez e não poderia beber, eu sim, mas não fazia questão, já que sempre temos alguns cigarrinhos do capeta com a gente.
Chegamos, na frente da parada o público é o de sempre, um monte de gente de camisa preta de heavy/thrarh/hc e caras mais sérias, mas é só a cara mesmo, a maioria é gente boa. Encontramos os amigos do rock, aquela galera que você quase sempre encontra nos picos, fumamos uns dois com dois amigos que encontramos por lá, do lado da barraca do rasta, que tava colocando uma espécie de música clássica, com um violino em destaque. Sei lá o motivo do rasta, vai ver era pra abafar o som da Ruina, que já estava tocando.
A gente se afastou um pouco e fomos sentar na praça pra poder fumar outro, sentamos entre dois grupos de pessoas que estavam lá. Enquanto eu quebrava a massinha fui abordado por um cara meio hippie que estava sentado num desses grupos que já estavam lá. Não me lembro exatamente o que ele perguntou, mas foi em espanhol, eu respondi "queres fumar um porro?", a resposta "si, si, si". O cara era do Chile estava aqui já há uns cinco meses morando em Olinda, e ganhava a vida fazendo acrobacias nos sinais. Eu desconfio dessa versão, acho que simplesmente ele já deve ter uma grana pra poder se aventurar em outros países do jeito que bem entender. Antes disso ele já havia morado na Colômbia (não me lembro qual país exatamente, mas acho que foi esse) antes.
Quando estávamos já terminando, chegaram Shurato e Marcio da Nômades, já calibrados com heinekens, conversamos e Márcio ligou para Mozart, que também estava sentado na praça e só vimos quando ele atendeu ao telefone. Conversamos mais amenidades e decidimos entrar.
O esquema do lugar era tipo boate, ou seja, você recebe um cartão e tudo que é consumido é registrado nele, guardem essa informação. Bem eu estava de boa, mas como Honório ainda estava me devendo o dinheiro do ingresso fui consumindo no cartão dele. Antes de começar o show fui dar uma olhada nos merchandising das bandas, muita camisa preta e algumas brancas, pow custa fazer algumas camisas de outras cores? Como a do cara do Patch Customs (
https://www.patchcustom.com.br/) que era do Ratos, mas amarela com o desenho em marrom/laranja? Por falar em Patch Customs, comprei um massa, edição limitada do RDP, existiam apenas 500 daqueles, e 200 tinham ido pro Japão, pequei o de número 112.
Ficamos eu Honório, Shurato, Marcio e Mozart encostados no bar e vendo o show. Pegamos do meio do show da Decomposed God. Gostei do som, e o vocalista disse antes de umas cinco músicas "e esse som é pra finalizar", o cabra gosta deve gostar de longas despedidas. Numa dessas músicas de finalizações de show observamos um furdunço, confusão, duas pessoas cabeludas se atracando e uma menina no meio da coisa. Ficamos sabendo depois que um tabacudo foi dar em cima da menina e ao ser rejeitado à agrediu com um soco. Bad, bad, bad, no show anterior do RDP (junto com GBH) por aqui, tinha acontecido algo do tipo. Ficamos conversando ao se perceber esse tipo de atitude deveria ser formada uma cocó (arapuca, tocaia) pra dar um surra nesse tipo de pessoas. Depois que vimos a foto percebemos que era um cara que tinha chegado no bar, onde a gente tava enconstado, empurrando todo mundo. Um dia ele acha o dele.
Depois foi a banda de Eurick e Jaca, Rabujos. Rabujos é uma banda lendária de Recife, lembro de ter visto uns shows deles quando eu era moleque lá na extinta Garage, a original, perto da ponte na Torre. O som começou com o vocal um pouco mais baixo, mas logo corrigiram e continuou sem problemas.
Enfim Ratos de Porão. Ficamos um tempo ainda onde estávamos, vi Shurato chegar pegar duas cervas e desaparecer lá na frente do show. Olhei para os lados e não vi Marcio, nem Mozart. Pensei "ox, o que eu tô fazendo aqui?", esperei terminar a música e fui lá pra frente ver o show de perto, eu não estava procurando o pessoal, mas quando cheguei no lugar que pretendia lá estavam os caras, não sei onde Honório estava nesse momento.
Ainda lá atrás, perto do bar já tínhamos comentado a aparência de Boca, o quanto ele parecia mais velho naquele momento, com o cabelo parecido um pouco com o do palhaço Bozo, tipo careca em cima e com cabelos dos lados. Lá na frente a impressão que os caras estão coroas aumentou. Deu pra ver de perto o Jão, o Boca, o Gordo e Junin. Me pareceu que quem tinha mais gás eram justamente os que tocavam cordas, Jão e Junin. Mas é claro que eu não perdi a chance de zoar um pouco com os meus ídolos, quando o som diminuía eu mandava "já tá cansado né coroa?", "senta ai e descansa um pouco, pô." e coisas assim. Kkkk.
O Show cara, muito bom como sempre, e dessa vez fiquei bastante perto dos caras e deu pra ver o show todo de boas. Os solos de Jão, as viradas de Boca, Junin viajando no baixo, e claro o Gordo e suas caretas. Esse entrou no hal dos melhores shows que já vi.
Vi Shurato comentando com Márcio que quando terminasse o show eles iriam pular a proteção e invadir o camarote. Dei os toques que iria também, mas antes disso ocorrer houve uma conversa com o segurança e ele disse pra irmos ao camarote. Não entendi, por que Shurato foi falar com o segurança, mas enfim. Quando terminou o show fomos pra entrada do camarote, Shurato emburaca, o segurança tenta barrar Marcio, ele diz que é da banda e o segurança exita, ele entra. Fui entrar e... priu me fodi, o cara me barrou... fiquei com cara de cu. Os caras saíram e mostraram as fotos, Jão e Boca, João Gordo estava chato e não rolou com ele, e Junin estava andando durante os outros shows, se quisessem tirar uma foto era só pedir, mas a moral mesmo são os coroas.
Bem o show tinha acabado, as últimas aventuras rolado e agora restava ir embora. Quando fomos lá pra saída a fila para pagar o cartão estava gigante. Honório já tinha pago o consumo de minhas heinekens, mas eu ainda precisava pegar a fila. Voltamos ao bar e os caras pagaram um balde de heineken, Honório tava pentelhando para irmos embora, e ele tava com um sono danado, dava pra ver. Ok, vamos embora, na saída a fila realmente estava pequena, vou lá, não tinha nada pra pagar, na hora da saída, no momento que eu apresento o cartão para o segurança liberar minha saída que olho para o lado quem encontro? JÃO!!! Perdi a primeira chance mas não a segunda, falei com ele e pedi pra tirar uma foto, comentei sobre a entrevista dele com o Gastão (no programa Kazagastão), o celular não pega direito, peço pra ele esperar um pouco, comento sobre o bar dele, o celular fotografa. Ele segue e entra na van e eu saio correndo pra e conto pra galera o ocorrido.
Indo pra casa Honório também dá uma carona pra Luciana, que mora bem próximo a minha casa. Sinto que os dias de ver o RDP ao vivo estão acabando, não sei até quando os caras aguentam. O tempo é um monstro.