sábado, 12 de setembro de 2009

7 de setembro

Eu estava sozinho em casa, e ela ia ficar só de calcinha e blusinha dali a muito pouco tempo.

- E ai Nerd, tu vai à praia? - surge Markito perguntando, acompanhado de Honório, na grade da minha casa.

Já estava com muita vontade de ir a praia, pai e mãe fora de casa metade da galera acampando, o que eu ia ficar fazendo em casa? Pensei um pouco e conclui: o fim do filme ficaria para depois. Ellen Ripley seminua poderia esperar eu voltar da praia para depois acabar com o Alien.

Honório e Markito, óculos escuros nas caras e sem ter tomado café, eu também não, convidei os brothers para um lanche rápido. Pão de caixa e mortadela crua, Markito fica com o resto de Coca enquanto eu e Honório tomamos um leite achocolatado. Barriga cheia, sorriso na cara, preparativos para a saída.

Opa, percebi que só eu a praia sem óculos escuros. Pode não, coloquei a lente de contato e pus o meu. Agora sim, vamos nessa.

Nove e pouco da manhã o céu não é muito convidativo, cai uma água e resolvemos esperar um pouco para ver se vale a pena ir, enquanto isso resolvemos tomar vinho barato em dona zefinha, um boteco refinadissimo como os senhores podem ver na foto abaixo.

Zefinha's Boteco

A chuvinha só serviu pra deixar o clima úmido mesmo, partimos em direção a estação Afogados, com intuito de pegar o metrô e ir até a estação Joana Bezerra onde pegariamos o Joana Bezerra/Boa Viagem. Chegamos a estação Afogados e rolou o único estresse do dia. Honório e Markito resolvem comprar o bilhete de um cambista na frete da estação, algum segurança muito mal-educado já vai gritando de dentro que não entrariamos com aqueles bilhetes.

Eu sigo com a cara mais tranquila e cínica que eu posso fazer, o cara continua berrando dizendo que eu não vou entrar, os outros seguranças tentam acalmar ele eu continuo paro na frente da catrada, do outro lado esta ele barrando a passagem eu abro a carteira e puxo o vale eletrônico do meu pai - chupa essa muthafucker - ele não pode fazer nada. Os caras trocas os bilhetes comprados com o cambista e pegam o dinheiro de volta. Entramos no metrô.

O metro não está cheio, mas ao descermos em Joana Bezerra vimos o inferno que seria ir a praia, muita muita gente (não é erro de digitação tinha muita muita gente mesmo), fila imensa para pegarmos o busão. Reavaliamos a situação, valeria a pena o desconforto?

- E ai mermão isso aqui tá um inferno, vamos voltar? - sugere Markito.
- Vamos para a rodoviária - brinca Honório.

A brincadeira é levada um pouco a sério por mim e Markito enquanto voltavamos a estação Afogados ainda dentro do metro, mas logo é descartada quando surge o argumento vencedor de Honório: "vamos ver umas beldades" e isso foi suficiente para resolvermos ir de verdade a Boa Viagem. Ainda existia o problema do desconforto de ir num ônibus lotado que foi superado pela escolha de outra linha, o Afogados/Aeroporto que nos fez andar mais, mas não estava cheio. Fomos.

Bem antes de eu contar como foi na praia vale a pena registrar que já na fila do ônibus rolou uma certa "envolvência" com uma doidinha que tava indo pros cafundós de onde o ônibus PE-15 Afogados pode levar, mas bem ficou só na frescura mesmo. Seguiremos com a praia.

Los três brothers.

Praia, calorzão, ar úmido, zilhões de pessoas, ninguém conhecido, relaxamento total. Acho que chegamos por volta das 11:30, e seguimos tomando cerva e conversando sobre música, mulheres, relacionamentos e essas coisas. Camarão, amendoim, castanha, caldinho, conhaque de alcatrão, tudo padrão de praia.

Markito diz que vai arriscar um banho, eu e Honórito prontamente nos negamos, ele foi, disse que queria tirar a mazela. Algum tempo depois avistamos ele procurando o guarda-sol em que estavamos e resolvemos deixar ele "se perder um pouco", vimos ele se afastar rimos e continuamos a conversa. Alguns minutos depois ele passa novamente procurando, nessa hora já com um olhar mais aperreado, chamamos ele.

Todos novamente na base, cerveja gelada renovada e um cachorrinho parecido com o do mascara rodeando as cadeiras, começamos a conversar sobre o cachorro, se era ou não da raça do mascara. Prontamente uma loira sentada a direita e a frente vira e fala que é da raça do filme mascara mesmo e falou o nome - algo paulista - falamos que não conheciamos muito de cachorro teve-se inicio a uma pequena conversa que logo cessou e voltamos a conversar sobre outras coisas.

Bem até ali as informações obtidas eram que ela estava comemorando o aniversário da mãe ali na praia, e que ela tinha chegado de viagem recentemente dos EUA onde tinha passado os últimos 10 anos. As tatuagens e a lapada de cana que Rebeca - o nome da loira - tomou nos deram a pista que ela era descolada.

Ficamos na nossa, a idéia de todos era VER umas beldades, e não conhecer ninguém, fomos para conversar e nos distrairmos um pouco, porém parece que quando não se quer, tudo acontece. Já tinhamos parado de conversar com Rebeca, mas eis que ela se levanta e vem pedir um cigarro - Markito o único que fuma estava com um cigarro que dizem ser bem miserável um tal de Hilton - o cigarro é passado conversamos mais um pouco, trocamos telefones e eu ficamos sabendo que ela é fotografa profissional. Ela disse que melhor que ligar seria passar um email, já que o ela ainda estava sem número aqui e o que ela passou era da outra pessoa. Ela disse que o email estava no site: http://www.rebecamorais.com/. Okay.

Rebeca foi embora com a mãe e o cachorrinho do mascara.

Continuamos a malemolencia na praia e eu nem tinha percebido que uma outra loirinha juntamente com uma morena tinha passado na nossa frente, mas Honório percebeu, e percebeu até certos detalhes como uma manchinha na perna da loira a qual ele gritou pelo nome de Angélica quando esta estava a uns 15 metros de distância. Foi nesse momento que eu percebi as duas, e percebi também que elas tinham parado e ficaram olhando para a gente.

- Oxe, elas pararam, vamos lá - falei enquanto me levantei e fui em direção a elas.

Cheguei perto delas.

- Como você sabe o meu nome? - falou a loirinha simpaticamente.
- Providencia divina, Angélica - respondi com um sorriso igualmente simpático.
- Meu nome não é Angélica, é Jessica.
- Ih, mas a gente já tá aqui né, vamos nos conhecer. - revidei com toda a malandragem da velha raposa.

Conversamos um pouco e Honório chega e dá o nome de Junior, olhei o pra ele e perguntei, já meio zoró: "mas perai, teu nome não é Honório?", ele me deu uma cutucada e eu "Ahhh, tu é Junior também né, já tinha esquecido". Conversamos um tempo e novamente troca de telefones. Jéssica e Manuela, duas meninas superlegais.

Voltamos as nossas cadeiras, a água do mar avança e chega aos nossos pés, resolvemos ir para trás, e de lá dava para ver as duas, Jéssica a mais comunicativa nos acena de longe e oferece um cachorro quente, negamos e ficamos lá um bom tempo até dar a hora de ir para casa. Pensei, não posso ir sem antes se despedir. Me levantei e fui até a cadeira dela.

- Não poderia deixar de ir embora sem falar antes com você. - falei.
- Vai me ligar né? - perguntou sentada na cadeira de praia.
- Claro que sim, vou te ligar na quinta feira beleza? - não sei o motivo de eu ter esperado três dias pra ligar e ter dito quando ligar, mas...
- Tá bom então me dá o teu número também. - ela pede.
- Eu te dou um toque do meu celular e você pega o número. - eu disse, mas maldita memória, eu tinha a conhecido a menos de uma hora e me deu um branco desgraçado.
- Hmmm, é melhor você anotar mesmo. - falei.

Beijinho de despedida na Jéssica, xau para Manuela.

Os três companheiros vão para a parada de ônibus, mas antes uma paradinha num boteco bem feinho perto do shopping pra comprar mais vinho e amendoim. Chegamos a minha casa novamente, rock paulera e vinho até meus pais chegarem. A galera vai embora o som é desligado.

Banho e janta. Lembro que a Ripley esta me esperando de calcinha e blusa para matar o Alien.

PS: Okay, okay, marmanjos aposto que vocês estão com a maior vontade de ver a Ripley né? Então eu pouparei vocês do esforço de abrir outra janela e ir no google images procurar por "ripley panties". Just click here.

Um comentário:

Adivinha. disse...

Foi movimentado o feriadao! Gostei do que voce escreveu. Concordo quando voce diz que, quando nao queremos nada, ai e que o NADA aparece mesmo... Dificil entender esta vida. Muito, muito dificil. Faz parte.
Acompanho-te, mesmo voce nem imaginando quem eu devo ser.
Ate a proxima.